O ano de 2020 está sendo desafiador em diversos aspectos. A pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19) e os demais impactos sociais econômicos vão exigir planejamento e cautela. Para o setor de produção de energia e seus beneficiários, como comércio, serviços, indústria e agronegócio não será diferente.
No final de 2019, a estimativa de crescimento na carga de energia para 2020 era de 4,5%. Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Após os desdobramento da pandemia global sobre a economia, a previsão é de que esse valor atinja, no máximo, 0,5%.
Ainda é incerta a gravidade e a extensão das consequências desse período no Brasil. Entretanto, pensar na segurança energética a médio e a longo prazo passa a ser condição fundamental para quem pretende resistir e superar os desafios trazidos pela pandemia.
Os motivos para esse planejamento devem ser amparados em dois fatores. O primeiro, na queda da utilização da carga energética em todo país em um primeiro momento, devido ao processo de quarentena de parte da população e da paralisação ou diminuição das atividades comerciais de diversos setores.
O segundo fator que deve ser levado em conta, em um cenário mais pessimista, é o de que as medidas de contenção aplicadas por causa do Covid-19 podem durar de três a quatro meses.
Logo, após esse período, haverá um incentivo intenso para que toda cadeia produtiva seja recuperada. É neste momento que o preparo fará todo diferença para quem pretende retomar de forma efetiva a produção. O Ministério de Minas e Energia (MME) instaurou, inclusive, um comitê para que um plano de ação seja traçado para preservar o funcionamento dos serviços.
“O Ministério de Minas e Energia, considerando a situação excepcional que acomete o mundo em decorrência da pandemia, orienta, aos setores de energia e de mineração, a adoção de medidas específicas para a preservação da segurança e da adequabilidade do suprimento de energia elétrica e combustíveis, bem como dos bens minerais, em condições de atendimento às necessidades da população, da indústria e do comércio, observando, rigorosamente, os protocolos de operação segura”, diz a Portaria n° 117/2020 publicada no Diário Oficial da União na noite de quarta-feira, 18 de março.
Antecipação de estratégia
Atividades ligadas ao comércio, indústria, agronegócio, construção civil entre outros ramos devem se preparar para a retomada e garantir fornecimento contínuo e eficaz de energia elétrica, sem precisar depender exclusivamente das concessionárias convencionais.
De acordo com Jorge Moreno, especialista da Tecnogera, empresa brasileira especializada em soluções temporárias de energia, esse período deve ser utilizado para planejar as ações necessárias quando da retomada da economia. “É certo que este período de baixa atividade irá passar e devemos estar preparados para recuperar a produção perdida. Neste momento, torna-se fundamental a garantia da disponibilidade de energia para mitigar qualquer interrupção da rede”.
Entre as ações que podem ser tomadas para evitar problemas de bloqueio e oscilação no fornecimento de eletricidade, principalmente em períodos de retomada de produção, está a locação de geradores.
Estar em alerta para importância da avaliação da matriz de riscos em caso de quedas de energia, mesmo que por alguns segundos, em alguns setores é essencial. Um data center, por exemplo, pode sofrer impactos diferentes de um escritório administrativo. Diante da falta de energia, há casos em que, além da perda de materiais e/ou produtos, há perdas de vidas, como em hospitais. É necessário fazer uma avaliação criteriosa da matriz de risco dos negócios e buscar no mercado a melhor solução para sua segurança energética.
Vale lembrar que um gerador que se adapta às necessidades energéticas de uma empresa, se utilizado corretamente, pode contribuir com a redução de até 30% do consumo mensal de eletricidade fornecida pela concessionária.